Família e Comunidade

A lone figure walks along Aracati beach, capturing the tranquil essence of a Brazilian coastal escape.

MUITO PRAZER, MEU NOME É OTÁRIA!

Hoje enquanto caminhava, me deparei com uma cena inusitada. Uma senhora, com uma pequena sacolinha andava pela areia, recolhendo canudos, copos, e outros lixos deixados na areia. Enquanto isso, um grupo de jovens a observava com sorrisos irônicos, e um deles dizia: “Lá vai a otária!”.Não sei o que me doeu mais, se foi a falta de educação dos que haviam poluído a praia, ou o desrespeito daqueles moleques.Otária, segundo o dicionário Aurélio, significa tola, ingênua, que se deixa enganar.Continuei meu percurso refletindo sobre as vezes, em que agimos como “otários”, perante os que nos enganam, se aproveitam de nossa vontade de fazer diferente. Os que acreditam, que tudo está perdido, que não adianta mudar. Aqueles, que destilam sua negatividade, prepotência e ódio.Ariano Suassuna sabiamente dizia, que o otimista é um tolo, o pessimista um chato, que ele era uma realista esperançoso. Sempre me identifiquei com essa afirmação, pois no meu ponto de vista, precisamos enxergar a realidade, porém, sem perder a esperança em dias melhores.Cada vez mais, a Psicologia nos incentiva a cultivar a resiliência, um termo que vem do latim, Resilire, que significa recusar a voltar atrás. Ou seja, são consideradas resilientes, aquelas pessoas que conseguem se adaptar as mudanças, as pressões e superá-las sem perder seu equilíbrio emocional.Quanto lixo emocional, encontramos em nosso caminho?Para sobrevivermos ao egoísmo generalizado de nossa sociedade, muitas vezes precisamos recolher o lixo deixado pelo outro, para podermos continuar nossa trajetória. Não significa que o levaremos conosco, e iremos nos apegar ao mesmo, apenas removeremos esse obstáculo o descartando no lugar, ao qual pertence, a lixeira.Quantas pessoas agem como aquela senhorinha, todos os dias. Indignada sim, mas que não desiste de fazer sua parte. Uma ativista da vida real, não de redes sociais. Silenciosamente, ela nos dava uma lição.Tenho observado tanta gente politizada no facebook, instagram, whatsapp, tá bonito. Tantos dedos apontados, uma agressividade gratuita. Mas e fora dos celulares? Sem plateia, como nos portamos?Será que temos a disposição daquela mulher? Fazer nossa pequena parte,Ter bondade é ter coragem, já dizia Renato Russo.Ai, se aquela senhorinha soubesse do bem, que me fez hoje.Também quero ser uma otária, e continuar contribuindo para suavizar o meu caminho, e de outras pessoas. “Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons!” (FREUD) JOELMA NUNES DELLA JUSTINAPsicóloga CRP 15/2523Doutoranda em Psicologia Social

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AS AULAS VOLTARAM E OS RISCOS TAMBÉM!

As aulas voltaram finalmente, para alguns e “que saco”, para outros adolescentes e jovens, mas é sempre um momento de esperança de renovação de reencontros e de histórias para contar aos amigos. As aulas representam o compromisso destes, e o início de uma rotina de responsabilidades, de aprendizado de alegrias e tristezas, de vitórias e frustrações, fazendo com que adolescentes e jovens tenham que viver intensamente todos os dias.A volta às aulas tem um significado diferente para os pais, trazem consigo despesas de material escolar, uniformes, mensalidades, levar e buscar todos os dias ou mais a despesa de transporte escolar. Tudo pelo bem estar e pela garantia, de um bom futuro dos filhos, e também proporciona momentos de tranquilidade, meus filhos estão seguros por um período, sob a responsabilidade da escola.A escola vive um momento de alegria, ansiedade e esperança, está novamente cheia, após um período sem ouvir a algazarra dos alunos quando chegam, no recreio e na saída, e o silêncio das aulas em salas fechadas. Já observaram como é viva e linda uma escola? Independentemente do tipo, pública ou privada, pequena ou grande, para pequenos ou uma universidade.E justamente pelo fato da escola ser viva, ela é alegre quando as pessoas que lá convivem estão alegres, e sofre quando as mesmas sofrem. E no ambiente escolar também há riscos, que precisam ser evitados, reduzidos ou prevenidos. E nestes riscos existe um silencioso, que poucos admitem que é o uso e abuso de drogas, sim este existe e é maior, que se pensa. A grande maioria das pessoas, conhecem e tem contato com drogas pela primeira vez em ambientes considerados seguros, como na própria casa e escolas. O álcool e o tabaco, geralmente são apresentados muito precocemente pelos pais em casa, e as outras drogas na escola, pelos amigos com que divide o ambiente escolar.Os pais e responsáveis legais pelos adolescente e jovens, tem o cuidado de verificar adequadamente o local onde vão estudar? Com certeza não permitiriam que seus filhos estudassem em uma escola sem o alvará do corpo de bombeiros, que evita e previne incêndios e acidentes, mas verificaram se existe um programa de prevenção ao uso de drogas ou algo do tipo? Ou ainda acreditam que não existe este risco na escola.Será que as escolas estão preparadas, para estes tempos onde as redes sociais funcionam tanto positivamente como negativamente no ambiente escolar, e que não há mais traficantes nas portas, e sim dentro das salas de aula, são alunos que para sustentarem seus vícios ou por um ganho financeiro fazem o trabalho sujo do traficante na escola. Estão cientes do que fazer com o problema, de como evitar, de como proteger nossos filhos? Afinal, os pais no trabalho ou em casa ficam tranquilos porque para eles seus filhos estão seguros na escola, estão?A sociedade precisa se mobilizar, para exigir políticas públicas de prevenção ao uso e abuso de drogas em nossa sociedade, e principalmente nas escolas, pois em pleno 2019, a maioria das escolas nega o problema, ou não faz a menor ideia de como lidar com esta problemática. E isto precisa mudar urgentemente. DANILO DELLA JUSTINAPsicólogo CRP 15/2070Doutorando em Psicologia Social

A man in a plaid shirt sits by the water looking distressed, symbolizing stress.

A DROGA CHEGOU EM NOSSA CASA: O QUE FAZER?

Apesar de estar cada vez mais perto, e mais acessível, o pensamento de que a droga não chegará em nossos lares, ainda persiste. Ninguém a espera, e muito menos tem preparo para lidar com essa situação. No entanto, ela chega, se instala e desequilibra todo o sistema familiar. O desespero da família começa assim que se constata o uso de drogas. E vale ressaltar, que quando finalmente a situação é revelada, “ A casa cai ”, provavelmente o uso já vem acontecendo a muito tempo, não é recente. A chegada dessa intrusa, começa então a mexer com todos da casa. Começam os medos, a procura pelos culpados, a vergonha, a vida de todos começa a mudar. A rotina é alterada, e os dedos são apontados uns para os outros, com o intuito de descobrir a causa do que aconteceu, tornam-se reféns emocionais, e alimentam um ciclo progressivo de adoecimento e dor. Ocorre uma tentativa frustrada, de controlar a situação e então surge a pergunta: O que fazer? Tendo passado o desespero inicial, é hora de olhar para frente e buscar socorro. Mas onde ? Existe ajuda? São tantos conselhos e informações desencontradas, surgem os pseudoespecialistas, com receitas prontas sobre aquilo, que não conhecem. Mas sim, há uma saída, existem alternativas para reverter esse quadro. Para isso, é preciso buscar profissionais especializados na área, os de verdade, que possam avaliar cada caso com a responsabilidade, competência e respeito merecidos.             Após avaliado o caso, é definida a melhor forma de tratamento, pois são várias as estratégias para modificar o quadro. Nesse momento, a família é apresentada aos grupos de mútua ajuda para seu familiar e, também para ela própria, onde ocorre mais uma descoberta: A de que os que convivem com o usuário, necessitam de ajuda, pois encontram-se igualmente adoecidos. Além dessas fontes de ajuda, também dispomos atualmente de literaturas confiáveis, que auxiliam na informação sobre a doença da dependência química, e o adoecimento da família chamado de codependência. Reunindo estas informações, e se permitindo fazer as mudanças sugeridas, a família vai novamente voltando a respirar e compreendendo que nem tudo está perdido, que é possível resgatar sua qualidade de vida e a sanidade. Não há garantias nem fórmulas mágicas, o que há é um esforço diário de todos, e a certeza de que não se está sozinho, que é possível!   JOELMA NUNES DELLA JUSTINA Psicóloga CRP 15/2523 Doutoranda em Psicologia Social Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.